Friday, February 07, 2003

"Oh! Crime amado, idolatrado, salve salve"

"Este mundo está perdido", como diria um canalha amigo meu.
Essa mania que a mídia tem em colocar o crime em primeiro lugar é um tanto mórbida. Querer divulgar com imparcialidade é uma coisa. Com sensacionalismo é outra. Ora, pra que ficar discutindo crimes (considerados pela sociedade, bárbaros), como o do Dr. Farah Jorge Já Fez. Vamos analisar o caso com imparcialidade:

1- Ele cometeu um crime (matou uma pessoa)
2- Crime é crime e dá cadeia (aqui podemos descontar os políticos, que é uma racinha que possui um alto grau de liberdade).

Agora, veja o que a nossa querida mídia faz:

1- Ohhhhhhhhhhhhhhhhh. Ele esquartejou a mulher. Um crime bárbaro!!!!!!!!! Pra que fazer uma coisa dessas com a pobre mulher?
Comments:
Esquartejou (matou, eliminou alguém deste plano)
Se desse um tiro no coração ou direto na cabeça, mataria também. O que podemos considerar um crime bárbaro. Mas talvez a população e a mídia aceitassem um tirinho na cabeça numa boa.

2- Vamos conversar com os amigos, vizinhos e parentes do Dr. Farah. Como era o Dr. Farah? Ele apresentava algum comportamento que levantasse suspeitas sobre sua personalidade?
Comments:
POR FAVOR! Querem fabricar um monstro, de cara feia, falem com o Spielberg. O cara é um ser comum. Errou ao matar. E vai pagar por isso, sendo louco ou não.

3- Psiquiátras e raças oriundas de Freud, venham analisar a mente dos assassinos. A troco de quê?
Comments:
Aqui podemos usar como referência o último caso (dos pais que agrediram seus filhos, arremessando um contra o pára-brisa de um carro e batendo a cabeça do outro numa árvore): Eram pessoas que para os conhecidos, eram normais e equilibradas. Já tinham gravado um CD e tal. Loucos? O capeta se apossou dos dois? Que nada. Foi confirmado a presença de droga no sangue do casal. Tomou droga, ou tem uma reação abobalhada ou tem tendência agressiva, ou também depressiva. É assim!

Mas ficam sempre falando no mesmo assunto, ou procurando saber se tinha reações explosivas, se ficava com cara de bicho papão. Com quem andava. Influências do capeta. Sites demoníacos hahhahah (essa é boa), sites demoníacos que influenciaram a pessoa a cometer algum tipo de crime. Site influenciando alguém (FALA SÉRIO).
Quem viu o filme Arlington Road, com Jeff Bridges e Tim Robins, sabe do que estou falando.
Depois alguém comete um crime no impulso e começam a ligar fatos que, na verdade existem, mas nada tem a ver com o crime.

Se o Hittler estivesse fazendo agora o que fez lá na década de 40, iam descobrir sites que ele freqüentava, filmes, jogos de computador em que milhares de pessoas eram mortas em câmaras de gás e por aí vai.
Como nos anos 40 não havia tanta rapidez nas informações e o rádio era o principal meio de comunicação, de onde será que veio esse comportamento de Hittler?

Mídia,
VAMOS CRESCER UM POUQUINHO E PARAR DE TENTAR JUSTIFICAR O QUE NÃO SE JUSTIFICA.

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